“Mariah e a cápsula do tempo”, romance modernista de Meg Cross, reúne romantismo, ficção, indianismo e busca prender a atenção do leitor nos relatos das experiências de vida de duas escritoras – a neta e a sua avó –, momentos mágicos em que as suas lembranças se unem e se entrelaçam para tecer a teia que une o passado, o presente e o futuro.

No decorrer da escrita transparecem a inquietação social e a angústia pessoal sentidas pela sociedade na década de 2020 a 2030 causadas, entre outras, pelo isolamento social, fruto da pandemia da doença covid-19, bem como os protestos e lutas em prol da sustentabilidade do planeta para diminuir o aquecimento global.

O indianismo se faz presente na abordagem do tema central da tragédia de Mariana, no estado de Minas Gerais, provocada pelas mineradoras em suas ganâncias desenfreadas e descaso, que acabaram por destruir o rio Doce. E daí, as consequências para o povo indígena e outros moradores que viviam às suas margens, em especial a tribo Krenak com suas tradições e lendas.

As personagens vão chegando e se apresentando ricas em vivências, escancarando os mistérios e segredos da “Família Cruz” de uma maneira divertida, poética e até musical. Os animais têm espaço reservado neste livro:  os peludos de quatro patas, os pássaros, enfim, são seres evoluídos que abrilhantam o nosso viver. Também foram bem-vindos os seres de outra dimensão e aqueles criados pela nossa imaginação.

Na mistura do lúdico e do real abordando situações dramáticas com leveza e humor, pretende este romance trazer acalanto para as almas que caminham neste mundo na certeza da sua finitude.

 

 

 

 

 

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